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21 de dezembro de 2023
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Por que o trânsito com tarifa zero é o futuro da mobilidade

Por que o trânsito com tarifa zero é o futuro da mobilidade Durante décadas, o transporte público agarrou-se à noção…

Por que o trânsito com tarifa zero é o futuro da mobilidade Durante décadas, o transporte público agarrou-se à noção antiquada de tarifas, vendo os passageiros como clientes em vez de cidadãos. Mas e se este modelo não só estiver ultrapassado, mas também impedir ativamente o bem-estar social e econômico das nossas cidades? O Conceito radical mas promissor de trânsito com tarifa zero propõe uma mudança fundamental: desmantelar as barreiras tarifárias e tornar o transporte público um direito universal, acessível a todos. Embora os céticos levantem preocupações sobre custos e viabilidade, a crescente onda de implementações bem-sucedidas de tarifa zero em todo o mundo pinta um quadro diferente. Umexemplo brilhante é Tallinn, na Estônia. Desde 2013, a cidade tem desfrutado de um aumento dramático no número de passageiros– surpreendentes 80%– após a eliminação das tarifas. Isto traduziu-se na redução do congestionamento do tráfego, na redução das emissões e na melhoria do acesso a empregos e oportunidades, especialmente para os residentes de baixos rendimentos. O modelo da Estónia, financiado através de impostos gerais, prova que os sistemas de isenção de tarifas podem não só ser sustentáveis, mas também gerar resultados sociais e ambientais positivos. Do outro lado do Mar Báltico, Dunquerque, França, oferece outra história de sucesso. Esta cidade portuária implementou ônibus com tarifa zero em 2018, levando a um aumento de 50% no número de passageiros no primeiro ano. O modelo de Dunquerque demonstra a capacidade da tarifa zero para revitalizar sistemas de trânsito em dificuldades, tornando-os atrativos para uma gama mais ampla de utilizadores e estimulando a atividade económica. Luxemburgo, uma nação rica situada entre a Bélgica e a Alemanha, aderiu recentemente à revolução da tarifa zero. Desde 2020, todos os ônibus e bondes são gratuitos. Embora ainda seja o começo, os dados iniciais mostram um impacto positivo no número de passageiros e na qualidade do ar. O exemplo de Luxemburgo demonstra que mesmo as economias avançadas podem beneficiar de sistemas de isenção de tarifas, promovendo a equidade social e um ambiente mais limpo. Os argumentos contra a tarifa zero resumem-se muitas vezes a preocupações sobre custos e possíveis utilizações indevidas. No entanto, estes podem ser resolvidos de forma eficaz. A substituição das receitas tarifárias por financiamento público dedicado é viável, como exemplificado por cidades como Tallinn. Além disso, a melhoria da frequência e confiabilidade do serviço, juntamente com o envolvimento da comunidade, pode resolver preocupações sobre superlotação e vandalismo.

Em última análise, o trânsito com tarifa zero não se trata apenas de viagens gratuitas; trata-se de redefinir a nossa relação com o espaço público. Trata-se de reconhecer que o transporte público não é um luxo, mas sim um bem público vital, merecedor de investimento sustentado do erário colectivo. Trata-se de promover uma sociedade mais equitativa, onde o acesso às oportunidades não depende da capacidade de pagamento. À medida que enfrentamos os desafios das alterações climáticas e do aumento da desigualdade, as cidades devem experimentar soluções ousadas. O trânsito com tarifa zero não é um sonho utópico, mas uma visão pragmática e alcançável para um futuro mais sustentável e inclusivo. As rodas da mudança já estão girando em cidades de todo o mundo. Talvez seja hora de sairmos do carrossel de tarifas e abraçarmos a liberdade de uma mobilidade verdadeiramente universal.



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