Normalmente várias questões sobre o transporte coletivo são discutidas, principalmente as tarifas cobradas, o número de ônibus disponibilizado, entre outras, mas vários aspectos operacionais, que são fundamentais para uma oferta com qualidade do transporte não são consideradas, por exemplo, não adianta controlar o número de viagens realizadas, mas sim se elas foram feitas em horários regulares e
programadas para atender a demanda.
No presente caso é analisada a consideração de um conjunto de linhas como uma rota. Uma rota é um ou mais trecho onde duas ou mais linhas são ofertadas e vários passageiros podem optar por mais de uma delas. Como um exemplo foi estudado o caso do Parque Atheneu em Goiânia, onde, em determinado trecho, existem três linhas com itinerário coincidente e os passageiros podem utilizar qualquer uma delas. Foi estudado o caso dos domingos, onde a oferta é menor e visivelmente as linhas não são consideradas como uma rota. Assim em diversas situações os passageiros ficam 50 minutos sem qualquer oferta e em dez minutos passam três ônibus, chegando alguns a passarem juntos, ou seja o passageiro perdeu um ônibus quando na verdade perdeu dois ou três.
Outros exemplos são encontrados em diversos sistemas, além de linhas com parte do itinerário coincidente, há as sub-linhas ou saídas intermediárias, linhas com opções de itinerário, via alguma rua ou bairro. É comum vermos vários ônibus saindo de um mesmo terminal, percorrendo um longo trecho e depois se separando, ocorrendo também o inverso.
Na programação como rota, nem sempre é possível separar os horários de forma regular, mas cada caso deve ser analisado, alguns são mais simples de serem identificados enquanto outros são mais complexos, mas todos devem ser estudados.
A pesquisa completa realizado no Parque Atheneu será disponibilizada no texto: “Adoção do critério de programação de um grupo de linhas como uma rota. Estudo de caso em Goiânia”, a ser apresentado no Congresso da ANTP em outubro de 2023.
Marcos de Luca Rothen
Engenheiro de Transportes e Professor do IFG – Campus Goiânia
