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2 de outubro de 2023
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A UFG e a Mobilidade dos Estudantes: Uma Questão de Responsabilidade

A notícia sobre a situação precária de mobilidade dos alunos no novo campus da Universidade Federal de Goiás (UFG) em…

A notícia sobre a situação precária de mobilidade dos alunos no novo campus da Universidade Federal de Goiás (UFG) em Aparecida de Goiânia é emblemática de um problema muito maior do que parece à primeira vista. A responsabilidade pelo caos na mobilidade dos estudantes parece recair não apenas sobre a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC), mas também, e talvez em maior medida, sobre a própria UFG.

O grande equívoco cometido pela UFG foi mudar seu campus para um local ermo de baixa demanda antes que a infraestrutura de transporte público fosse devidamente instalada e adaptada para atender às necessidades dos alunos. Essa decisão reflete uma falta de planejamento e consideração pelo bem-estar dos estudantes, colocando-os em uma situação extremamente desconfortável e desafiadora.

Apenas uma linha de ônibus, a linha 555, foi disponibilizada para atender a cerca de 700 estudantes que frequentam o campus. Isso é insuficiente para garantir uma mobilidade adequada, levando os alunos a enfrentarem longas esperas e trajetos cansativos. Além disso, a oferta limitada de horários cria uma enorme inconveniência para aqueles que dependem do transporte público para chegar à universidade.

A situação relatada por Sarah Larissa Santos, que precisa sair com duas horas de antecedência e enfrentar longas esperas no terminal Araguaia, é um exemplo gritante do problema. Isso não só prejudica a qualidade de vida dos estudantes, mas também afeta diretamente seu desempenho acadêmico.

É importante ressaltar que essa falta de mobilidade não afeta apenas os alunos, mas também impacta negativamente a comunidade em geral. Como mencionado na reportagem, a indisponibilidade de horários de transporte público pode levar à exaustão, afetando a saúde mental e física dos estudantes. Além disso, a UFG como instituição de ensino e pesquisa deve ser acessível a todos, e essa limitação de mobilidade cria barreiras para o acesso à educação superior.

A UFG deve assumir a responsabilidade por suas escolhas e tomar medidas imediatas para solucionar esse problema. Além disso, é fundamental que a universidade leve em consideração o planejamento urbano e o uso do solo ao decidir a localização de seus campi. A mobilidade dos alunos é uma parte essencial do processo educacional e deve ser tratada como tal.

A promessa da CMTC de acrescentar viagens de acordo com a demanda é um passo na direção certa, mas também é um claro reconhecimento de que a situação atual é insatisfatória. Espera-se que essa correção seja feita o mais rápido possível para aliviar o sofrimento dos estudantes afetados por essa situação. Em última análise, o transporte não é um fim em si mesmo, mas sim um reflexo do planejamento urbano e do uso do solo, e é responsabilidade das instituições educacionais e governamentais garantir que esse reflexo seja positivo e favorável aos cidadãos.



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