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17 de novembro de 2022
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Goiânia, o que a jovem capital pode ensinar ao mundo sobre mobilidade urbana

Goiânia tem passado por mudanças profundas na gestão do transporte público, e como sempre liderando a inovação no setor. Foi…

Goiânia tem passado por mudanças profundas na gestão do transporte público, e como sempre liderando a inovação no setor. Foi a primeira cidade do Brasil a implantar a bilhetagem eletrônica, a excluir a necessidade de cobradores e a reduzir significativamente o uso de dinheiro a bordo.

Mais recentemente Goiânia implantou a tarifa técnica de remuneração, permitindo assim a manutenção e até redução de preços (flexibilização tarifária com a meia tarifa), bem como a ampliação da acessibilidade não sendo mais necessário utilizar terminais de integração, criando o Passe Livre do Trabalhador, facilitando ainda mais o acesso por meio de um programa de assinatura inovador. E ainda vale lembrar que Goiânia está na vanguarda quanto aos modos de pagamentos aceitando cartões de crédito e débito sem contato, bem como Pix para recarga do Bilhete Único. 

Além de todos estes avanços no passado e presente, Goiânia se prepara para também liderar no futuro, na mais profunda digitalização do transporte público já vista no Brasil.  E para explicar melhor, preciso contar um pouco da história do também pioneiro CityBus, quando minha própria história com a cidade efetivamente começou.

Tive o privilégio de em 2019 ajudar a trazer para o Brasil um novo conceito – o ônibus por demanda e claro que a primeira cidade a implementar o serviço não poderia ser outra. O ônibus por demanda trata-se de um serviço de transporte coletivo por meio de uma plataforma tecnológica que permite a evolução de sistemas de rotas e horários fixos para uma rede sob demanda, dinâmica e com diferentes modais interligados. A solução coordena em tempo real passageiros com origem e destinos semelhantes, criando um serviço acessível, conveniente e premium.

O serviço, interrompido por conta da pandemia, está prestes a ser relançado, rebatizado como CityBus 3.0, trazendo mais uma mini revolução. Serão 65 veículos identificados, de 14 lugares, equipados com ar condicionado, câmeras, tomadas para USB, acionado pelo aplicativo CityBus 3.0 disponível em iOS e Android. As tarifas são acessíveis e progressivas conforme a distância viajada, permitindo o pagamento pelo cartão de transporte, cartão de crédito e/ou dinheiro. O serviço que já atendia a mais de 95 mil clientes cadastrados, agora integra com pessoas que usam o transporte coletivo convencional, sendo muito mais inclusivo para a cidade.

O CityBus 3.0 renasce como um dos maiores serviços de ônibus por demanda do mundo, preparando as bases para que pela primeira vez no Brasil tenhamos um sistema MaaS (Mobilidade como Serviço) onde finalmente comecemos a tratar os usuários como verdadeiros clientes de um serviço de transporte público em que o objetivo é a sua mobilidade, da maneira mais eficiente para ele e para a cidade, com opções simplificadas de pagamentos. 

O transporte público tradicional enfrenta uma crise sem precedentes: o número de passageiros caiu, os orçamentos diminuíram e as melhorias foram suspensas. O desafio é ao mesmo tempo uma oportunidade de rever eficiência de rota, cobertura e equidade, onde soluções de micro trânsito integradas definitivamente entraram na agenda. As pessoas somente voltarão ao transporte público se tiverem uma oferta que se acomode melhor ao que esperam em termos de flexibilidade e qualidade de serviço

Projetos como o CityBus 3.0, facilitados e enquadrados no conceito MaaS, contribuem para demonstrar que o transporte público pode sim ser uma excelente alternativa e pode perfeitamente se equiparar e até superar meios de transporte individuais. No mundo todo o transporte público caminha para a acessibilidade, o que é uma forma eficaz de redistribuição de renda. Assim como na Saúde e Educação, não somente os usuários, mas toda a sociedade se beneficia de um sistema inclusivo. 

Mas e Goiânia, o que mais podemos esperar? Revolucionar também o transporte público escolar, integrar o transporte corporativo (fretado) com o público, criar um novo modal para pessoas com mobilidade reduzida? Continuem acompanhando o que esta cidade incrível tem feito e saberão. Uma coisa eu garanto – Goiânia não decepcionará e seguirá liderando o caminho. Parabéns Goiânia.

Leandro Aliseda, possui uma plataforma inovadora de acessibilidade, eficiência e conveniência do transporte compartilhado, público e corporativo, possibilitando diferentes modelos de roteamento para uma melhor experiência de mobilidade.



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