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19 de janeiro de 2024
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RODOVIAS BRASILEIRAS: UM PROBLEMA QUE CUSTA CARO AO PAÍS

As rodovias brasileiras estão em péssimo estado de conservação, e isso gera prejuízos econômicos e ambientais para o país. Essa…

As rodovias brasileiras estão em péssimo estado de conservação, e isso gera prejuízos econômicos e ambientais para o país. Essa é a conclusão da pesquisa CNT de Rodovias 2023, que avaliou 100% da malha rodoviária federal pavimentada e as principais estaduais.

O estudo apontou que apenas 34% das rodovias foram classificadas como ótimas ou boas, enquanto 66% foram consideradas regulares, ruins ou péssimas. Além disso, o número de pontos críticos, que são problemas como quedas de barreira, erosões na pista, buracos grandes, pontes caídas e pontes estreitas, aumentou em 5,2%, passando de 2.518 em 2022 para 2.648 em 2023.

De acordo com a Pesquisa o melhor estado em relação à qualidade das rodovias federais foi o Rio Grande do Sul, com 91,5% de sua extensão classificada como ótima ou boa. O pior estado foi o Amapá, com apenas 2,6% de sua extensão classificada como ótima ou boa. O estado de Goiás encontra-se com 51,9% de sua extensão classificada como ótima ou boa. A média nacional foi de 32,5%.

Essa situação é resultado da falta de investimentos adequados na infraestrutura rodoviária, que é essencial para o desenvolvimento econômico e social do país.

O Brasil depende muito do transporte rodoviário, que é responsável por cerca de 60% da movimentação de cargas e passageiros. No entanto, as rodovias de má qualidade aumentam em 33% os custos operacionais, gerando impactos negativos para toda a sociedade. Entre esses impactos, estão a demora em entregar as matérias-primas e os produtos, o aumento do preço final do produto, o gasto com manutenção dos caminhões, o consumo excessivo de combustível e as emissões de CO2.

Segundo a pesquisa CNT, a má conservação das rodovias gerou um consumo desnecessário de mais de 1,7 bilhão de litros de óleo diesel, emitindo toneladas de gás carbônico na atmosfera e impondo um gasto adicional de R$ 4,89 bilhões aos motoristas e empresas. Além disso, só em 2022 foram registrados 64.515 acidentes nas rodovias federais, o que custou ao país R$ 12,74 bilhões em custos previdenciários, atendimento à saúde, perda de produção e danos materiais.

Diante desse cenário, é urgente que o governo federal invista mais na recuperação, manutenção, conservação, restauração e ampliação das rodovias, de acordo com a gravidade e a urgência de cada caso.

A pesquisa CNT estima que o custo total para eliminar os pontos críticos é de R$ 5,6 bilhões, sendo R$ 3,1 bilhões para as rodovias públicas e R$ 2,5 bilhões para as rodovias concedidas. Esses valores são muito inferiores aos prejuízos causados pela má qualidade das rodovias, e representam um investimento necessário para melhorar a segurança e a fluidez do tráfego.Além disso, é preciso ampliar o programa de concessões de rodovias à iniciativa privada, que tem se mostrado uma solução eficiente para melhorar a qualidade da infraestrutura rodoviária.

As rodovias concedidas têm uma qualidade superior às rodovias públicas em todos os aspectos avaliados pela pesquisa CNT, e receberam mais investimentos por quilômetro do que as rodovias federais. As concessões também podem contribuir para a redução dos custos do transporte rodoviário, por meio de tarifas de pedágio justas e compatíveis com os serviços prestados.A comparação entre as rodovias concedidas e as que estão no controle do governo federal mostra que as rodovias privadas têm uma qualidade superior às rodovias públicas em todos os aspectos avaliados pela Pesquisa CNT de Rodovias.

Além disso, as rodovias concedidas receberam mais investimentos por quilômetro do que as rodovias federais, o que reflete na melhoria da infraestrutura, da segurança e da fluidez do tráfego.Ainda, segundo a pesquisa, 81,9% das rodovias concedidas foram classificadas como ótimas ou boas no estado geral, enquanto apenas 34,2% das rodovias públicas federais receberam essa avaliação. No pavimento, a diferença foi de 79,1% para as rodovias privadas e 42,2% para as públicas. Na sinalização, os números foram de 91,1% e 47,3%, respectivamente. Na geometria da via, a vantagem das rodovias concedidas foi de 41,2% contra 20,4% das rodovias federais.

Em relação aos investimentos, as rodovias concedidas receberam, em média, R$ 381,04 mil por quilômetro, enquanto as rodovias federais receberam R$ 162,92 mil por quilômetro, no período de 2017 a 20233. Em 2022, o investimento privado por quilômetro foi de cerca de R$ 411 mil, contra R$ 115 mil do investimento público federal.O Brasil não pode mais adiar a solução dos problemas das suas rodovias, que afetam a competitividade da sua produção, a qualidade de vida da sua população e o equilíbrio do seu meio ambiente. É preciso que o governo e a sociedade se mobilizem para garantir uma infraestrutura rodoviária de qualidade, que atenda às demandas do transporte de cargas e passageiros, e que promova o desenvolvimento sustentável do país.



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