A pesquisa exploratória realizada pelo Mova-se Fórum de Mobilidade no LinkedIn revela uma tendência clara da opinião pública em relação às prioridades para a mobilidade urbana. Com 55% dos votos, a expansão do transporte público surge como a principal demanda. Isso reflete uma consciência coletiva sobre a importância de um sistema de transporte público robusto e eficiente, capaz de atender às necessidades de uma população urbana em crescimento e de reduzir o congestionamento e a poluição.
A ampliação da Mobilidade Ativa, com 27%, indica um interesse significativo em alternativas saudáveis e sustentáveis de deslocamento, como caminhadas e uso de bicicletas. Isso pode ser interpretado como um chamado para melhorias na infraestrutura urbana, tornando as cidades mais amigáveis para pedestres e ciclistas.
A eletrificação da frota, com 5%, e a Tarifa Zero, com 14%, embora menos prioritárias, são iniciativas que ainda representam uma parcela da população que busca inovações tecnológicas para um transporte mais limpo e acessível financeiramente.
É importante notar que, apesar de a pesquisa não ter valor estatístico, ela oferece insights valiosos sobre as percepções e expectativas dos cidadãos. Esses dados podem ser úteis para gestores municipais ao planejar e implementar políticas de mobilidade urbana que estejam alinhadas com os desejos da população.
A pesquisa sugere que a próxima gestão municipal deve considerar seriamente a expansão e melhoria do transporte público como uma questão central, sem negligenciar o potencial das outras áreas mencionadas. A integração dessas iniciativas poderia formar uma estratégia compreensiva que atenda às diversas necessidades de mobilidade da população urbana.
Como expandir o Transporte Público?
Vale ressaltar que a implementação da expansão do transporte público é um processo complexo que envolve várias etapas e considerações. É crucial começar com um planejamento urbano que considere as necessidades atuais e futuras da população, bem como a integração entre diferentes modos de transporte.
Aumentar a oferta de transporte público pode envolver a construção de novas linhas de metrô, corredores de ônibus (BRTs), e a expansão da malha cicloviária. A substituição de veículos movidos a combustíveis fósseis por ônibus elétricos pode reduzir significativamente a emissão de gases poluentes, além de oferecer um transporte mais silencioso e confortável para os passageiros, mas ela não deve ser o ponto central e sim uma ação complementar a Expansão do Transporte Público.
Implementar tecnologias avançadas para o controle de tráfego pode ajudar a otimizar as rotas e horários do transporte público, melhorando a eficiência operacional. Facilitar a integração entre diferentes modos de transporte, como ônibus, metrô, bicicletas e até mesmo o transporte individual, para criar um sistema de mobilidade coeso. E utilizar a tecnologia para melhorar a experiência do usuário, como aplicativos de mobilidade que fornecem informações em tempo real sobre horários e rotas, e sistemas de pagamento eletrônico que agilizam o acesso ao transporte.
Quais são as cidades exemplos?
Mas estas ações não são impossíveis, várias cidades ao redor do mundo são reconhecidas por suas iniciativas bem-sucedidas na expansão do transporte público. Aqui estão alguns exemplos:
- Helsinque: A capital finlandesa é frequentemente citada por sua rede de transportes públicos em expansão, com projetos elétricos e zonas sem carros. A cidade também investe em infraestrutura para o carregamento de veículos elétricos e possui uma boa estrutura para ciclistas.
- Amsterdã: Conhecida por sua mobilidade eficiente, Amsterdã oferece uma variedade de opções de transporte público e tem uma infraestrutura robusta para ciclistas.
- Estocolmo: Esta cidade sueca é elogiada por seu sistema de transporte público e por medidas que promovem a mobilidade sustentável.
- Hong Kong: Continua sendo um modelo de transporte público devido à sua eficiência, preço acessível e acessibilidade. O sistema de transporte público da cidade representa uma grande porcentagem da distância percorrida em Hong Kong.
- São Paulo: No Brasil, São Paulo lidera em mobilidade urbana e acessibilidade, com uma boa integração entre meios de transporte, extensão de ciclovias e uma ampla rede de metrô e trem.
Região Metropolitana de Goiânia: um case de sucesso
A Região Metropolitana de Goiânia tem se destacado por suas iniciativas para transformar o transporte público. A gestão municipal, em parceria com o Governo de Goiás, tem implementado uma série de ações para melhorar a mobilidade urbana e o bem-estar dos cidadãos. Algumas das medidas notáveis incluem: Desde 2019, a tarifa de transporte público foi congelada em R$ 4,30, evitando um aumento para R$ 9,38, graças a um investimento de quase meio bilhão de reais em subsídios. Introdução do Bilhete Único, permitindo aos passageiros escolher o melhor trajeto para chegar ao seu destino, pagando apenas o valor de uma passagem e trocando de ônibus sem a necessidade de passar pelos terminais. Uma iniciativa inédita no Brasil, que garante o direito de fazer até oito viagens diárias ao longo de todo o mês, inclusive nos finais de semana e feriados. Cartão Família: Permite que até seis pessoas utilizem o transporte coletivo nos finais de semana e feriados, pagando apenas uma passagem. Biometria Facial e Pagamento por Aproximação Implementação da biometria facial para agilizar o embarque dos passageiros com direito à gratuidade e a comodidade do pagamento da passagem por aproximação usando crédito e débito.
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Além disso, o Governo de Goiás anunciou um investimento de R$ 1,6 bilhão para o transporte público da Região Metropolitana de Goiânia, com a substituição gradual de ônibus, sendo 400 veículos por ano, até completar 1.200 em março de 2026. Esse projeto, chamado Nova RMTC (Rede Metropolitana de Transporte Coletivo), é um exemplo de compromisso com a melhoria contínua do transporte público e pode servir de modelo para outras cidades.
Essas cidades demonstram que investimentos contínuos em infraestrutura e eficiência de sistemas são essenciais para o sucesso na expansão do transporte público. Elas servem como referências para outras cidades que buscam melhorar sua mobilidade urbana.