A gestão do transporte público é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável das cidades. Na Região Metropolitana de Goiânia (RMG), o governo de Goiás tem implementado uma série de iniciativas inovadoras com o objetivo de tornar o sistema de transporte mais eficiente, acessível e sustentável. Este artigo aborda o estado da arte da gestão de transporte público na RMG, apresenta exemplos de fracassos anteriores, discute os desafios atuais e as perspectivas para o futuro, incluindo a implementação do conceito de Mobility as a Service (MaaS) na América Latina.
Introdução
Nos últimos anos, o Governo de Goiás tem se empenhado em melhorar a qualidade do transporte público na Região Metropolitana de Goiânia, visando atender às necessidades crescentes de mobilidade da população. Nesse sentido, foram implementados avanços notáveis, como a política de subvenção pública, a recriação da Companhia de Desenvolvimento do Transporte Coletivo (CDTC), a tarifação flexível e a integração multimodal. Estas iniciativas representam um importante marco na busca por uma gestão inovadora e eficiente do transporte público. No entanto, existem desafios a serem superados para garantir o sucesso dessas ações e a realização plena da visão de futuro.
Saída da Inércia
A política de subvenção pública é um dos pilares do progresso na gestão do transporte público na RMG. Ela tem permitido a redução das tarifas, tornando o serviço mais acessível à população. A iniciativa demonstra um compromisso em tornar o transporte público uma opção atrativa para os cidadãos, reduzindo a dependência do transporte individual e, consequentemente, contribuindo para a redução de congestionamentos e emissões de poluentes.
A recriação da CDTC representa uma transformação significativa na governança do transporte coletivo. Esta entidade desempenha um papel crucial na regulação e fiscalização do serviço, garantindo maior eficiência e qualidade. Sua atuação proporciona uma base sólida para a coordenação de políticas de transporte público e a resolução de desafios relacionados à infraestrutura, qualidade dos veículos e capacitação dos operadores.
A tarifação flexível é uma abordagem inovadora que leva em consideração a demanda e horários de uso do transporte. Isso permite uma melhor distribuição dos passageiros ao longo do dia, reduzindo a superlotação em horários de pico e incentivando o uso do transporte público em momentos de menor demanda. Esta abordagem pode otimizar a operação do sistema, tornando-o mais eficiente e atraente para os usuários.
A integração multimodal é outra iniciativa que promove a interconexão de diferentes modais de transporte, como ônibus, metrô e bicicletas, em uma única plataforma. Isso oferece aos usuários a comodidade de planejar e pagar viagens que envolvem múltiplos modos de transporte, tornando a mobilidade mais fluida e conveniente.
Mas nem sempre foi assim…..
Apesar dos avanços, é importante reconhecer que a gestão do transporte público na RMG já enfrentou desafios e fracassos. Um exemplo notório foi a falta de investimento em infraestrutura e manutenção, que levou a uma degradação significativa dos serviços, afetando a qualidade e a confiabilidade do transporte público. A falta de planejamento integrado e a ausência de políticas de longo prazo também contribuíram para o desgaste do sistema.
Além disso, a má gestão financeira e a dependência única e exclusivamente da tarifa paga pelo usuário fizeram com que o custeios do serviço ficassem insustentáveis e levaram a problemas de financiamento, resultando em dificuldades para manter tarifas acessíveis e a qualidade dos serviços. A ausência de uma governança eficaz e a falta de transparência nas operações também minaram a confiança do público na gestão do transporte público.
As ações tomadas neste momento
Apesar dos avanços e das lições aprendidas com os fracassos do passado, a gestão do transporte público na RMTC ainda enfrenta desafios significativos. Primeiramente, a necessidade de revisar a forma de financiamento do serviço é premente. É crucial encontrar fontes de receita sustentáveis e reduzir a dependência dos orçamentos governamentais, a fim de garantir a estabilidade financeira do sistema a longo prazo.
Em segundo lugar, inovar na governança dos serviços é fundamental. A participação da sociedade nas decisões relacionadas ao transporte público, a transparência nas operações e a responsabilidade financeira são elementos essenciais para uma gestão bem-sucedida. A criação de parcerias público-privadas e o envolvimento de stakeholders podem ser soluções viáveis.
Em terceiro lugar, é preciso buscar continuamente novas soluções para os desafios da mobilidade urbana. Isso inclui a adoção de tecnologias avançadas, como sistemas de transporte sob demanda, veículos elétricos e a promoção de soluções de transporte sustentável, como o uso de bicicletas e caminhadas direcionadas a melhor experiência em relação ao transporte público.
Ações para o futuro
As perspectivas para a gestão inovadora do transporte público na RMTC são promissoras. A implementação do conceito de Mobility as a Service (MaaS) representa um passo significativo em direção ao futuro. O MaaS visa integrar uma variedade de serviços de transporte em uma única plataforma, permitindo que os usuários planejem, reservem e paguem suas viagens de forma conveniente.
Além disso, a visão de futuro inclui a expansão das redes de transporte público, a promoção de práticas sustentáveis, como o uso de veículos elétricos, e o desenvolvimento de infraestrutura inteligente que suporte o crescimento urbano planejado. O objetivo final é criar um sistema de transporte público eficiente, acessível, sustentável e atraente para a população da RMG.
Em resumo, a gestão inovadora do transporte público na Região Metropolitana de Goiânia tem experimentado avanços notáveis, mas também enfrentado desafios significativos. A busca por soluções inovadoras, como o MaaS, a revisão do financiamento, a melhoria da governança e a promoção da sustentabilidade, representa o caminho para um futuro mais promissor e uma mobilidade urbana de alta qualidade na RMG.
