Mova-se
17 de dezembro de 2021
Mobilidade

Desafios no pós-pandemia para o transporte público

À medida do possível, as agências reguladoras do transporte público de todo o mundo tentam emergir da mais grave crise sanitária dos…

À medida do possível, as agências reguladoras do transporte público de todo o mundo tentam emergir da mais grave crise sanitária dos últimos tempos: a pandemia da Covid-19. Em meio à nova realidade, passados quase dois anos, ainda há muito a percorrer para atingir níveis de adaptação para então alcançar uma condição similar ao pré-covid.

Os níveis de serviço do transporte coletivo se recuperam das medidas sanitárias induzidas pela pandemia, mas não rápido o suficiente para acompanhar uma reabertura econômica mais ampla. Tal premissa é defendida pelo mestre em Transportes pela Universidade de Brasília (UnB), Miguel Ângelo Pricinote. Segundo ele, embora a ameaça do coronavírus tenha diminuído significativamente nas áreas urbanas, muitas medidas para reduzir o risco de transmissão permanecem em vigor, o que impacta sobremaneira nos serviços do transporte público.

Pricinote, que também é coordenador do Mova-se Fórum de Mobilidade, um time de especialistas que discute problemas e soluções para o transporte público da Região Metropolitana de Goiânia (GO) e do País, cita o exemplo dos Estados Unidos, onde o número de passageiros aumentou nas semanas em que cidades reabriram totalmente suas atividades econômicas. No entanto, ele pontua que os índices ainda não estão perto dos níveis pré-pandêmicos. “É uma recuperação incerta. Embora em alguns aspectos estejam começando a voltar ao normal, novos dados sugerem que o transporte de massa americano ainda luta para voltar aos trilhos”, enfatiza.

Socorro financeiro

Em resposta a este cenário de lenta recuperação, o Congresso americano buscou mitigar parte do déficit, fornecendo às agências locais de transporte um montante de 25 bilhões de dólares, em março de 2020 e, 14 bilhões de dólares em dezembro do mesmo ano. Mesmo assim, as autoridades americanas de transporte público ainda enfrentam um déficit projetado de 39,3 bilhões de dólares até o final de 2023, de acordo com um relatório da American Public Transportation Association (Associação Americana de Transporte Público – APTA).

Já o Canadá, à medida que as restrições diminuíram, o número de passageiros cresceu atingindo, entre abril de 2020 e maio de 2021, a proporção de pouco menos de dois terços (67%) das taxas apresentadas no mês anteriormente ao início da pandemia. Neste contexto, das empresas canadenses que adotaram o trabalho em casa durante a pandemia, 58% exigiram que os funcionários voltassem para o trabalho no local.

Em relação ao Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela Dimep, empresa de produtos para controle de acesso e registro de ponto, o cenário pós-pandemia mostra que ainda há pouco planejamento de retorno. Em um levantamento com 104 empresas de diferentes segmentos e portes que adotaram o teletrabalho, 36,5% ainda não traçaram uma estratégia e 33,7% afirmam que voltarão à rotina normal, mas sem data estabelecida. Cerca de 18% declarou seguir com o trabalho remoto.

DA REDAÇÃO COM INFORMAÇÕES DE FREDERICO VITOR

GAZETA DO ESTADO IMPRESSO – GO



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