De acordo com levantamento feito pelo Sinatran, em Goiânia existem 613 cruzamentos semaforizados. Para definir o tempo de um semáforo é levado em conta o número de veículos no local, as vias de maior fluxo e a quantidade de pedestres presentes na interseção, em períodos determinados do dia. Além disso, o cálculo é feito com relação à capacidade (largura) das vias.
Atualmente, existem “laços” físicos para essa contagem. Esses “laços” são fitas magnéticas colocadas no asfalto para fazer o monitoramento. Em outros locais o cálculo, isso pode ser feito pelos radares. E em último caso, os cálculos são feitos de forma manual por meio de pesquisa denominadas de “contagem volumétricas”.
Devido estre grau de complexidade, não é possível chegar a uma média exata do tempo de perdido pelos motoristas nos semáforos. Entretanto, com objetivo de avaliar de forma genérica o impacto dos semáforos na vida dos motoristas, o Mova-se Fórum de Mobilidade utilizou como base o valor adotado do tempo de ciclo (tempo de verde, amarelo e vermelho somados) de 120 segundos e com 240 segundos de perda a cada 1 hora (fonte ANTP, 2014). Sendo assim, para cada semáforo o motorista irá perder em média 8 segundos.
Para termos uma ideia, podemos utilizar um percurso de 4,0 km na Avenida Anhanguera, entre a rua 225 no setor Universitário e a Alameda das Rosas, no Setor Oeste. Neste percurso, temos 15 semáforos. Adotando uma velocidade média de 20 km/h um carro irá fazer este percurso em 12 minutos (720 segundos). Usando as premissas adotadas no parágrafo anterior temos um tempo perdido com semáforos de 120 segundos, ou seja, 16,67%.
Então com base nestas premissas adotadas podemos afirmar que o motorista perda quase 17% do seu tempo de deslocamento nos semáforos de Goiânia.
Não foi encontrado pelo Mova-se nenhuma pesquisa com dados históricos relacionados a evolução do tempo perdido nos semáforos em Goiânia. Mas ao utilizarmos a evolução da velocidade média dos ônibus podemos perceber que nos últimos anos a velocidade média teve uma redução de 32% saindo de 16,90 km/h em 2018 para 11,52 km/h em 2020. Tal aumento pode ser explicado pelo aumento de 52% na frota de veículos (808.618 em 2009 para 1.230.339 em 2021) e pelo aumento no número de cruzamentos semaforizados, entretanto este valor também não foi encontrado.
Por fim, pode-se afirmar que falta em Goiânia, mesmo com toda tecnologia existente, um acompanhamento histórico na evolução do tráfego na cidade, deixando em aberto algumas questões:
- Qual impacto dos cruzamentos semaforizados de três tempos em Goiânia?
- O tempo para travessia dos semáforos são apropriados para idosos e pessoas com restrição de mobilidade?
- Qual é o sentido dominante de deslocamento na cidade – leste/oeste ou norte/sul?
- Qual é o impacto das obras de infraestrutura (viadutos e BRT) na rede semafórica?
- Qual é o impacto das alterações no trânsito (principalmente na região do Jardim América) na rede semafórica?
- Qual impacto do não sincronismo semafórico na velocidade do Eixo Anhangueira?
O Mova-se espera que algumas destas perguntas possam ser respondidas no Plano de Mobilidade que está em fase de conclusão pela Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM). E que as informações sobre o trânsito da cidade passam no futuro breve estar disponível no site da SMM ou da prefeitura.
